vistodaprovincia

8.02.2012


Um post curto em estilo visogodo não santareno….

Escrevo muito. Porque gosto de explicar bem e medir as palavras. Hoje não vou passar dos caracteres de uma página e meia. Vou tentar fazer, com a devida vénia, como um certo blogger, com nome de sonoridade visigoda, que gosta de nos fazer de parvos, e vou armar-me em conselheiro de quem manda. O tema é complexo mas pode ser abordado de forma simples. Como fazer, nesta urgência, para criar soluções para o problema dos professores que, sendo de carreira, ficaram sem horário na sua escola e continuam em concurso, ou para ficarem no fim com horário zero na escola onde estão ou para mudar de escola (alguns, após décadas naquela de onde partem)?
O ministro já tentou com as suas medidas quando os números ainda não estavam consolidados (estavam a formar-se). Deu nisto:
O caso está matematicamente evidente aqui http://japm-pe-ante-pe.blogspot.pt/2012/08/o-numero-consolidado_1.html.e na comparação numérica com o ano passado.

Soluções possíveis:

1-     Estudar. Sem preconceitos de classe e de ideologia ou via. As medidas aplicadas pelo ministério sofreram de falta disso (daí a atrapalhação presente) e de alguma falta de atenção às chamadas consequências imprevistas (alguém pisou de mais no acelerador – a ideia era passar por cima dos contratados mas dizimou-se o resto também…). Quem mexe num sistema com medidas em feixe deve prevenir a conjugação negativa das medidas e estudá-las com modelos até matemáticos mas que não sejam meras fórmulas folclóricas para “épater le bourgeois”. Os gabinetes do ministério e dos centros menos lisboetas estão cheios de especialistas entronizados politicamente que se falassem com os directores de escola com respeito (e sem ameaças despropositadas) e a ouvir no momento certo veriam as coisas de outra forma. E agora estava tudo muito mais calmo e o Verão não teria este silly moment que é num país com tanta ignorância, e que precisa de professores, uns milhares ficarem sem nada para fazer, com tanto de útil para fazer. E com os custos das feridas da humilhação e indignidade.
2-     Se se estudar mesmo o problema sempre se verá que mesmo sem medidas nenhumas quem ficar sem horário no fim de tudo vai quase sempre ficar onde está e a apoiar alunos. Ninguém vai para a mobilidade especial porque não há lei para isso. Ficarão menos motivados e menos úteis do que a dar aulas, contudo. E a custar o mesmo (e se a depressão não os roer e não caírem na baixa). Daí que as medidas de combate ao abandono da lista de 11 sejam essencialmente o que se faria mesmo se são se fizesse nada ….
3-     Aceitar que na economia não é o cão que abana o rabo mas o rabo que abana o cão. E que, por isso, tentar cortes de 20% ou mais mesmo num cão com cauda farta pode ser matar o cão ou estropiá-lo. Por exemplo, cortar na coordenação das escolas pode ser estropiá-las (é uma originalidade mundial ter escolas sem ninguém a coordená-las a tempo directo). Se se recuperarem 6 horas lectivas em 200 escolas recém agrupadas isso dá 1200 horas semanais no total do país. Se for para o dobro dá 2400 horas. Como com 6 horas se “salva um professor” isso dá (e faço a conta a 12 para dar folga) 200 horários de diversos grupos…. Podia dar mais dependendo de quem carregasse no acelerador desta solução. E teriam muito trabalho útil os que por lá ficassem…
4-     Se os professores mais velhos em DACL vão para apoios por remedeio porque não dar-lhes o seu direito e reduzir-lhes a componente lectiva, com base no regime transitório negociado com os sindicatos e que orientações do direito circulatório interno do ministério, dizem que não se aplicam…. Por cada pessoa entre 50 e 55 anos isso dá umas 2 horas. Se existirem 3000 nestas condições isso dá 6000 horas. A dividir por 12 dá 500 horários (se for por dividido por 6 que é o mínimo da componente lectiva dá mais).
5-     Se parte das direcções voltarem a não ter componente lectiva isso dá umas 6 a 8 horas em cada agrupamento (que vão ser trabalhadas e há muito que fazer….). Para mil serão umas 6000 horas por baixo. 1000 horários em packs de 6, 500 a 12 horas.
6-     Se os CEF de 2º e 3º ciclo e PIEF voltarem a ser geridos não só para alunos com 15 anos e retenções mas para os que têm retenções mesmo com menos de 15 isso dá entre 500 a 1000 horários mais (que só serão para contratados se lá forem postos e para os casos em que não houver gente do quadro habilitada).
7-     Se os desdobramentos das estruturantes física química e ciências voltarem à forma do ano passado teremos uns 1000 horários mais (é ver a tabela). E grande contributo para o sucesso….
8-     Se as turmas já estivessem todas aprovadas com toda a certeza a 9 de Agosto saiam uns 10% dos horários zero actuais.

Assim, números redondos e perdoem a este aluno que não passou do 9º ano de matemática, se houver enganos, neste bocadinho e com estas ideias de parolo de Viana, pago pelo 2º escalão de professor, e que de nada é especialista, apresento contas que “salvam” 3100 horários….. (as medidas anunciadas na crise retiraram 1548….). Para um minhoto saloio não está mal. E saliento que as medidas não acrescentam ao orçamento de Estado (porque os salários dos professores em horário 0, já lá estão e de lá não sairão). E se considerarem a medida 8 são mais uns 1400 horários.
E vejam, nem falei de redução do número de alunos por turma nem de revisão curricular……deixo isso para os percebam mais de eduquês ou sejam doutorados nisso…..

1 Comments:

At agosto 02, 2012 4:15 da tarde, Anonymous Clara said...

Parabéns!
Como se devia saber nós somos a solução e não o problema!

 

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